André Marques da
Silva UFF
No
Artigo,
intitulado
O
Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) princípios e
aplicações,
publicado
na
revista Estudos de linguística galega, 2010,
pág. 235-245, vol.2, a professora da Faculdade de Letras da
Universidade de Coimbra, Isabel Almeida Santos elabora um acurado
estudo que apresenta pontos técnicos sobre a regulamentação da
Nova Ortografia, proposta aos países de língua portuguesa com fins
de unificação e simplificação.
Este artigo se endereça
a professores e a estudantes de letras, bem como a estudiosos de
áreas diversas que pretendem compreender de forma clara e objetiva o
Acordo Ortográfico e suas implicações linguísticas e históricas.
Dividido em itens, o
artigo traz a luz, além do panorama geral do Acordo de 1990, as
questões das consoantes mudas, a consideração do critério
etimológico e fonético e uma abordagem nas regras de acentuação.
A elaboração do artigo
enleva a discussão sobre a (in)consistência e (in)coerência nas
proposições de algumas das alterações gráficas propostas no
Acordo de 1990 e o posicionamento de Portugal em relação a não
representação dos grafemas etimológicos em sequências
consonantais; ponto de entrave na consecução do Acordo. Além
disso, explicita a dubiedade em pontos relevantes como permissão de
dupla grafia de alguns vocábulos; legitimação da representação
fonética sobre a representação etimológica, ascensão de uma
norma padrão em cada língua; além de promover interferências na
configuração fonético-fonológicas do código escrito de um grupo
de palavras, alterando a identidade gráfica e fônica desses
vocábulos, distanciando-os de seus usuários.
A autora do artigo
aponta para o caráter eminente da escrita, reconhecendo-a como
importante no processo de afirmação do idioma, além de ser um
estabilizador da língua, por ser a escrita uma forma de registro do
idioma. Um ponto relevante é a afirmação de que a regulamentação
gráfica, ortografia, em que época ocorrer, está consubstanciado a
dois objetivos: o de emancipar e dignificar o idioma e de promover
sua estabilização. Ademais, ratifica, a unificação constitui-se
como um modo de preservar a língua.
A autora compara as
propostas do Acordo de 1990 e 1945; demarcando as controvérsias de
ambos, pontuando as alterações sugeridas e as regras sistematizadas
a serem implantadas no plano da escrita.
Em linhas gerais, o
artigo serve de texto base para pesquisas sobre o Acordo Ortográfico;
sua consistência distingui-o de outras obras que se tem observado;
revela-se uma obra crítica, de consulta aconselhável a quem
pretende se aprofundar no assunto.