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domingo, 20 de maio de 2012

Resenha: O Novo Acordo Ortográfico: uma visão crítica




André Marques da Silva UFF

    No Artigo, intitulado O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa (1990) princípios e aplicações, publicado na revista Estudos de linguística galega, 2010, pág. 235-245, vol.2, a professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Isabel Almeida Santos elabora um acurado estudo que apresenta pontos técnicos sobre a regulamentação da Nova Ortografia, proposta aos países de língua portuguesa com fins de unificação e simplificação.
Este artigo se endereça a professores e a estudantes de letras, bem como a estudiosos de áreas diversas que pretendem compreender de forma clara e objetiva o Acordo Ortográfico e suas implicações linguísticas e históricas.
     Dividido em itens, o artigo traz a luz, além do panorama geral do Acordo de 1990, as questões das consoantes mudas, a consideração do critério etimológico e fonético e uma abordagem nas regras de acentuação.
     A elaboração do artigo enleva a discussão sobre a (in)consistência e (in)coerência nas proposições de algumas das alterações gráficas propostas no Acordo de 1990 e o posicionamento de Portugal em relação a não representação dos grafemas etimológicos em sequências consonantais; ponto de entrave na consecução do Acordo. Além disso, explicita a dubiedade em pontos relevantes como permissão de dupla grafia de alguns vocábulos; legitimação da representação fonética sobre a representação etimológica, ascensão de uma norma padrão em cada língua; além de promover interferências na configuração fonético-fonológicas do código escrito de um grupo de palavras, alterando a identidade gráfica e fônica desses vocábulos, distanciando-os de seus usuários.
     A autora do artigo aponta para o caráter eminente da escrita, reconhecendo-a como importante no processo de afirmação do idioma, além de ser um estabilizador da língua, por ser a escrita uma forma de registro do idioma. Um ponto relevante é a afirmação de que a regulamentação gráfica, ortografia, em que época ocorrer, está consubstanciado a dois objetivos: o de emancipar e dignificar o idioma e de promover sua estabilização. Ademais, ratifica, a unificação constitui-se como um modo de preservar a língua.
      A autora compara as propostas do Acordo de 1990 e 1945; demarcando as controvérsias de ambos, pontuando as alterações sugeridas e as regras sistematizadas a serem implantadas no plano da escrita.
      Em linhas gerais, o artigo serve de texto base para pesquisas sobre o Acordo Ortográfico; sua consistência distingui-o de outras obras que se tem observado; revela-se uma obra crítica, de consulta aconselhável a quem pretende se aprofundar no assunto.

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